Quinta-Feira, 12 de dezembro de 2024
A meningite é uma inflamação das meninges, que são membranas que recobrem o cérebro e a medula. Normalmente é causada por uma infecção e esta infecção pode ser por bactéria, vírus ou fungo. É uma doença de evolução rápida e muito grave, com risco de morte. A pessoa costuma apresentar febre alta, prostração, dor intensa na cabeça e na nuca, vômito, confusão mental e crises convulsivas.
A maior parte das meningites é causada por vírus. E muitas destas infecções são preveníveis com vacinas, como é o caso do sarampo, caxumba, catapora (varicela) e febre amarela. As meningites virais, em geral, não têm tratamento específico, ou seja, não existe um remédio que faça o paciente melhorar. Assim como outras viroses, é necessário esperar que o corpo elimine o vírus e o paciente melhore. Até que isso ocorra é necessário que sejam tratados os sintomas e as complicações (febre, dor, convulsão, coma etc).
As principais bactérias que causam meningite são Pneumococo, Meningococo, Hemófilo e Tuberculose. São as mais graves, porém com a crescente ampliação de oferta e cobertura vacinal os casos têm diminuído cada vez mais. Até 1 ano e meio de idade as crianças já receberam as vacinas que protegem contra essas doenças bacterianas e virais.
Muito se fala e se questiona sobre outras vacinas que não são oferecidas pelo SUS, como a meningocócica A, B, W e Y. Existem 13 tipos de meningococo, mas o tipo que mais causa a doença é o tipo C e por isso é o que é oferecido pelo SUS, por enquanto. Oferecendo grande proteção à população.
Segundo o Ministério da Saúde, em 2018 foram registrados 15.364 casos de meningite no Brasil. Deste total, 56 % foram causados por vírus e 23 % por bactérias, sendo que apenas 7 % foi por meningococo.
Dentre as causas de mortalidade no Brasil, a meningite não está nem entre as 50 primeiras. Muitas outras doenças, que possuem prevenção e tratamento fáceis e acessíveis estão matando nossa população, como infarto, diabetes, hipertensão, infecção de urina, pneumonia, desnutrição e acidente de trânsito.
Além das vacinas, outras formas de prevenção também são muito úteis e não devem ser deixadas de lado, como a lavagem adequada das mãos e alimentos, usar lenços para espirrar e evitar o uso desnecessário de antibiótico.
E não adianta vacinar seu filho se seu vizinho não vacina o dele. A cobrança para que todas as crianças sejam vacinadas deve ser feita por toda a população e não apenas pelos profissionais de saúde. Afinal, quanto mais gente vacinada, menos gente apta a pegar e transmitir a doença. As vacinas oferecidas pelo SUS são de excelente qualidade e seguras. E tudo que se fala contra é desinformação ou má fé.
Existem eficientes e bem estruturados sistemas de vigilância para doenças graves, como é o caso da meningite que qualquer caso suspeito é sempre investigado e comunicado ao Ministério da Saúde. E sempre que necessárias, medidas extras de proteção da população são tomadas imediatamente.
Na dúvida, não confie em boatos, procure seu médico.
Luiz Fernando Correia e Silva
Médico do PSF Olaria
Especialista em Clínica Médica e Medicina de Urgência
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