Terça-Feira, 19 de novembro de 2024
Artigo
Luiz Fernando Correia e Silva
Médico do PSF Olaria
Especialista em Clínica Médica e Medicina de Urgência
Foto: Ilustração
A Síndrome mão-pé-boca (ou doença mão-pé-boca) é uma doença que pode ser causada por vários vírus, que estão presente em nosso meio. O principal deles se chama Coxsackie. Nome estranho e uma vontade imensa de adoecer as crianças.
A transmissão ocorre de várias formas, como por secreção respiratória, contaminação de alimentos e líquidos, compartilhamento de copos, mamadeiras e chupetas e até mesmo pelo aperto de mão. O vírus se espalha muito fácil e por isso é necessário atenção e cuidado.
Os mais acometidos são os menores de 5 anos, principalmente os que frequentam creches. Justamente pelo fato de que aglomeração e compartilhamento de objetos facilitam a transmissão. É comum, inclusive, ocorrerem surtos nestes locais.
A doença se inicia com febre, mal-estar, por vezes também diarreia e depois de alguns dias aparecem lesões (bolhas, feridas etc) nos lábios, boca, garganta, palma das mãos e sola dos pés. As lesões na garganta são muito dolorosas, o que atrapalha a alimentação e até mesmo a hidratação, podendo, por isso causar desidratação.
Não existe tratamento específico, ou seja, não há um remédio que mate o vírus. É necessário esperar que o corpo o elimine. Em torno de 7 dias (como a maioria das viroses) a pessoa melhora e tudo se resolve. Porém, alguns casos podem complicar e evoluir para doenças graves, até mesmo meningite.
A pessoa doente deve receber medicamento para controle da febre e da dor, além de muita hidratação (água é o melhor hidratante. Melhor do que aquele isotônico colorido, aquele leite fermentado e aquele refrigerante preto que, quanto mais gelado, mais gostoso fica).
Além de tratar a pessoa, é preciso cuidar para que ela não passe a doença para outros. O doente deve ser afastado do serviço ou escola até que melhorem as lesões. Mãos devem ser lavadas, copos e talheres não devem ser compartilhados, bocas não devem ser beijadas e tudo que possível higienizado com água sanitária.
Não existe vacina contra esta síndrome, mas existe água, sabão e álcool para se evitar a transmissão. E existe também o botão compartilhar, pois informação, ao contrário de doença, é para ser repassada o máximo possível.
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