Quinta-Feira, 12 de dezembro de 2024
Da Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Arcos
Fotos: Caps Arcos
A campanha nacional Valorização da Vida/Setembro Amarelo está sendo amplamente difundida pelo Governo de Arcos, através da equipe do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial). Segundo o coordenador, Carlos Eduardo, a finalidade é alertar a população sobre a prevenção ao suicídio. Nesse contexto, uma das ações essenciais é a conscientização sobre a importância de ajudar pessoas que tenham ideações suicidas.
O Palestrante
Em palestra ministrada na Câmara Municipal na última sexta-feira, 13, o psicólogo Evandro Santana disse que uma sociedade que carece de normas claras produz indivíduos frágeis e inseguros e está mais propensa ao suicídio.
Fazendo referência ao sociólogo Durkheim, enfatizou que a falta de “coesão social”, em especial a falta de vínculo familiar, é fator constituinte do autoextermínio. “Atualmente, o ser humano está destituído de normas claras em suas relações sociais: matrimônio, trabalho, religião, política etc., o que corrobora para a fragilização dos vínculos saudáveis, deixando o ser humano desamparado de sentido”. Não obstante, afirmou que nem sempre os distúrbios mentais são a causa do suicídio, mas sim, os sintomas, decorrentes de uma sociedade de valores morais desregrados.
Nesse meio, verificam-se dois tipos de suicídios preponderantes: o Anômico - referente à falta de normas - e o egoísta, que está relacionado ao individualismo, à perda dos valores familiares, à busca do prazer como centro do horizonte de consciência, a ausência de fé, consequência de uma cultura niilista: “Carência de ideais, perda dos valores supremos e ausência de Deus como lugar dos valores mais elevados”. O conceito é de Giovanni Reale, 1995, no livro A sabedoria dos antigos: terapia para os tempos atuais.
“Nossa forma de vida centrada em interesses materiais, tecnológicos, industriais, no sucesso e no dinheiro empobreceu radicalmente o homem - e as piores consequências desse empobrecimento recai especialmente sobre nossa geração” (REALE, 1995). “E por que não seria o suicídio uma consequência desse empobrecimento?”, argumenta Evandro Santana. Reale procura indicar as razões para uma “volta consciente às raízes de nossa cultura, a fim de recuperar o alimento que elas podem fornecer, que poderia ajudar o homem contemporâneo, tão debilitado espiritualmente, a recobrar forças e, talvez, a curar-se”. Evandro Santana pontua que a cura começa com o resgate de valores tradicionais da família e a não relativização dos valores morais.
Ouvir as pessoas é importante
Ao encerrar a palestra, o psicólogo falou da importância de ouvir as pessoas com genuína sinceridade. “Quando potencializamos os nossos relacionamentos, seja em nossa casa no cuidado com a família, ou com os amigos, quando dedicamos nosso tempo para ouvir de verdade as pessoas, podemos reconhecer sintomas ou sinais de alerta”. Nesse contexto, a orientação é procurar um profissional de saúde mais próximo da sua residência, na UBS (Unidade Básica de Saúde), no CAPS, ou ligar no 188 - Centro de Valorização à Vida - atendimento 24 horas.
Mais palestras e ações
O psicólogo Evandro Santana ainda palestrará em empresas da cidade, no dia 18; e o CAPS irá promover no dia 20 uma caminhada pelo centro da cidade, evidenciando as atividades e a conscientização do Setembro Amarelo.
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